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DOZE MILHÕES

Este número representa a quantidade de brasileiros atualmente desempregados.

Ao analisarmos este triste quadro, concluímos que dentre outras, três são as principais causas:

Crises políticas e econômicas, sejam elas nacionais ou globais;
Retração dos investimentos em atividades produtivas (geradoras de emprego);
Falta de capacitação adequada / Revolução Digital (Indústria 4.0).

É interessante observar que esses três motivos se autoalimentam formando um círculo vicioso que precisa ser rompido. Para isso acorrer necessitamos de uma visão de estado e não de governo, de planejamento de médio e longo prazo, definindo e implementando políticas públicas voltadas principalmente para a Educação.

E o nosso saneamento?? Depois de anos praticamente adormecido, a partir da revisão do Marco Legal e de modelos de negócios bem recebidos pelo mercado, voltou a contratar investimentos, movimentar o setor e atrair novos players. Os leilões de Alagoas, Amapá, Rio de Janeiro e de alguns municípios, garantem R$ 47 bilhões de investimento na busca da universalização. Para os próximos anos, a lista de estados e municípios será grande, mesmo em um ano politicamente difícil.

Pode parecer um contrassenso para um país com 12 milhões de desempregados, fazer a afirmação que não temos mão-de-obra para atender esta demanda. A verdade é que pelos 3 motivos já expostos, principalmente a falta de mão-de-obra capacitada, é o maior gargalo do setor. Hoje está sendo praticada a política do “rouba-rouba”, ou seja, os players contratam profissionais experientes de empresas concorrentes, ao mesmo tempo que também perdem bons colaboradores. Isso, que não podemos chamar de estratégia, sem dúvida não será sustentável ao longo do tempo.

Hoje temos 350 mil colaboradores contratados pelas operadoras. Estima-se que teremos a necessidade de um crescimento de 30% nos próximos três anos. Para que isso ocorra, é necessário considerar que em toda empresa concessionária existem 3 níveis organizacionais:

Base da Pirâmide (equipe operacional), que representa em média, 70% do efetivo;
Média liderança (equipe técnica), que representa 20%;
Alta administração (setor estratégico), que representa 10%.

Como podemos observar, estamos falando de Gestão de Pessoas.

A capacitação dos níveis 1 e 2 deve ser estruturada a partir de:

  • Cursos focados, de curta duração, ministrados por engenheiros / técnicos, que conhecem os temas “porque já estiveram lá”.
  • Conteúdos personalizados, que façam os treinandos entenderem os seus problemas e ao mesmo tempo tornarem-se protagonistas.
  • Equilíbrio entre a real necessidade de cada operador e a “revolução digital”. Não podemos esquecer que ainda temos locais em que a internet não é confiável ou até não existe.
    Em relação aos 10% (Alta Administração), acreditamos na importância dos treinamentos também para os executivos, principalmente para os vindos de outras áreas de infraestrutura. Cursos de MBA são também indicados, mas no nosso entender, não se começa a “construção de uma casa pelo telhado”.

Talvez alguns de vocês, ao lerem este texto, possam pensar que tudo que acima foi dito é “Mais Uma Teoria”. Entretanto, posso afirmar com orgulho, que esta visão é resultado da interação ocorrida nestes últimos anos entre nossos instrutores e sete mil pessoas do mercado que participaram dos cursos do Hydrus Brasil / Portal do Saneamento

Temos a certeza que o setor de saneamento tem um papel importante tanto na saúde, como no meio ambiente e no envolvimento com a sociedade, não podendo esquecer que a questão da geração de empregos também é relevante para diminuir a grave questão social gerada por 12 milhões de desempregados no país.

Newton Azevedo