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CIDADES INTELIGENTES OU HUMANAS?!

Neste novo mundo que se aproxima, pós pandemia, iremos conviver com hábitos e, também novos vocabulários e expressões, que em muitos casos, a sociedade não conhece o real significado.

A grande maioria desses novos termos tem origem na revolução digital, que teve sua chegada acelerada pelo “Corona-Vírus” e veio para ficar.

Gostaria, nesse texto, de partilhar uma reflexão sobre o que vem a ser um “CIDADE INTELIGENTE”. Caso consultemos, por exemplo, o Google, encontraremos várias definições. Abaixo, transcrevo uma delas:
“São cidades que utilizam tecnologias para gerar eficiência nas operações urbanas, de tal forma que mantém seu desenvolvimento econômico e ao mesmo tempo, melhoram a qualidade de vida da população”.

No meu entender, é uma definição inteligente, mas pouca esclarecedora para a grande maioria da sociedade brasileira.

Continuando a minha busca por algo mais consistente e próximo da realidade da maioria das nossas cidades, encontrei um texto de Jean François Soupizet, que definiu para o conceito de CIDADES INTELIGENTES, três eixos que aproximam-se do nosso perfil sócio econômico:

* Estimular a criação de empregos conectados às profissões e às necessidades do futuro, que exigem cidadãos criativos e participativos;

* Reduzir o impacto ambiental das emissões de gazes efeito estufa. Lembrando que apenas 2 a 3% da superfície terrestre é ocupada por cidades, mas sendo elas responsáveis por 75% de consumo global de energia e 80% das emissões de gazes de efeito estufa.

* Melhorar a qualidade de vida dos habitantes com o aprimoramento dos serviços, utilizando as novas tecnologias digitais.

Complementando essa visão, cabe também destacar uma frase que também achei muito interessante:

“Não há cidades inteligentes sem profundas mudanças no modo de vida das cidades”.

Depois dessa rápida pesquisa e algumas reflexões, gostaria de definir, do meu ponto de vista, uma síntese do conceito de CIDADES INTELIGENTES, adequado à nossa realidade:

– O estágio quase caótico da maioria das cidades brasileiras precisa muito mais de humanização do que grandes parafernálias tecnológicas.

– A solução efetiva de nossos problemas sociais passa pelo envolvimento da sociedade e por soluções de problemas como saúde, educação, segurança e respeito ao meio ambiente.

– Precisamos muito mais de homens inteligentes e íntegros que definam políticas públicas em sintonia com nossas reais necessidades.

– Poucas cidades brasileiras têm condições de desenvolver projetos consistentes para tornarem-se CIDADES INTELIGENTES.

Este importante tema não é uma prioridade atual, no Brasil, quando temos, por exemplo, 100 milhões de brasileiros sem esgoto, 45 milhões sem água, carência de moradias, aglomeração de pacientes em corredores de hospitais, tudo isso caracterizando a enorme desigualdade social existente.

Precisamos de mais transpiração que inspiração.

Newton Azevedo