Um estudo divulgado pelo Banco Mundial estima que a modernização completa da iluminação pública no Brasil demandará investimentos da ordem de R$ 27,8 bilhões. O levantamento considera a substituição integral do parque de iluminação atual por luminárias LED, mais eficientes e econômicas, além da implantação de sistemas de telegestão e manutenção automatizada.

O montante é considerado essencial para que o país avance no cumprimento de metas de sustentabilidade urbana, redução do consumo energético e melhoria da segurança pública. Segundo o estudo, a modernização poderia representar uma economia de até 60% no consumo de energia destinado à iluminação pública, atualmente um dos maiores gastos das prefeituras com infraestrutura urbana.

Hoje, o Brasil conta com mais de 18 milhões de pontos de iluminação pública, dos quais apenas cerca de 45% utilizam tecnologia LED. A maioria ainda opera com lâmpadas de vapor de sódio ou mercúrio, que têm menor eficiência e maior impacto ambiental.

Além do aspecto financeiro, o Banco Mundial destaca que a modernização traria ganhos expressivos em qualidade de vida, segurança viária e percepção de segurança nas áreas urbanas. Luminárias LED oferecem melhor visibilidade noturna, menor incidência de falhas e permitem integração com tecnologias inteligentes, como sensores de movimento, câmeras e sistemas de controle remoto.

Apesar dos benefícios, o estudo reconhece que a escassez de recursos, sobretudo em municípios de pequeno porte, é um dos principais entraves à modernização. Nesse contexto, ganham relevância as Parcerias Público-Privadas (PPPs) e os consórcios intermunicipais, modelos que vêm sendo adotados em várias regiões do país para viabilizar projetos de larga escala com menor custo individual.

Em 2023, o governo federal relançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), incluindo iniciativas para fomentar a modernização da iluminação pública por meio de financiamentos com recursos do BNDES e da Caixa Econômica Federal. A expectativa é que, com apoio técnico e jurídico, mais municípios possam aderir a projetos estruturados e atrativos ao setor privado.

Especialistas apontam que a transição para o LED deve ser tratada como prioridade pelas gestões municipais. “Não se trata apenas de economia, mas de eficiência administrativa e compromisso com a sustentabilidade. Investir em iluminação pública moderna é investir em cidades mais seguras, limpas e preparadas para os desafios do futuro”, afirma o urbanista e consultor em infraestrutura urbana, Fábio Malheiros.

Com o avanço tecnológico e a queda no custo das luminárias de LED nos últimos anos, a modernização se torna cada vez mais viável. A implementação em larga escala, no entanto, exigirá planejamento, acesso a crédito e apoio técnico para que o Brasil consiga superar a defasagem e garantir iluminação pública de qualidade em todos os seus municípios.

Redação HYDRUS