Nestas últimas décadas, sempre foi unanimidade afirmar que o “grande” problema do setor era ter uma gestão ineficiente.

Gostaria, neste texto, aprofundar a análise desta afirmação, considerando os recentes movimentos globais como ODS, ESG, modelos de PPP, mudanças climáticas…Além de considerar a chegada das gerações Y e Z em cargos de comando nas concessionárias de saneamento, no Brasil.

Recomendo a leitura dos pontos abaixo para quem já ocupa cargos de gerência ou para quem objetiva ocupar uma posição gerencial no setor.

• GESTÃO É DIFERENTE DE GOVERNANÇA

São conceitos distintos mas interligados.

– GOVERNANÇA: Responsável pela qualidade do  processo decisório e sua efetividade.

– GESTÃO: Executa o direcionamento superior com qualidade, eficácia e eficiência.

• NOVA VISÃO DA GESTÃO

Os novos gestores que estão chegando as concessionárias caracterizam-se por serem pragmáticos, e capazes de “administrar” equipes multidisciplinares.

• VISÃO ESTRATÉGICA DO NEGÓCIO

Não será possível, cada vez mais, que gestores tenham somente conhecimentos específicos de um setor da concessionária.

Formação, capacitação e qualificação devem ter em suas trilhas de aprendizado um equilíbrio de informações que passem pelos processos: Gestão de Pessoas, Controle dos KPIs Operacionais, Financeiros e Tecnologia.

• ASSOCIAÇÕES DO SETOR

No meu entender são cruciais no desenho das prioridades, propostas e interações junto dos entes governamentais.

Infelizmente, ainda hoje, mantemos velhas e anacrônicas posições entre elas.

Com isso as associações estão sendo colocadas em posição pouco relevante. Hoje não conseguimos ter com clareza quais as “dores” do setor para atingir metas de universalização.

Setor necessita de um espaço comum para planejar e interagir com o governo.

Pretendo continuar abordando nas próximas reflexões sobre as mudanças e alterações que o setor vem passando.

Newton Azevedo

Presidente do HYDRUS.

Presidiu nos últimos 25 anos empresas nacionais e internacionais de saneamento e foi membro do Comitê Executivo da Aquafed – The International Federation of Private Water, até 2018. De 2011 a 2017 foi Governador do Conselho Mundial da Água. É engenheiro civil formado pela Escola Politécnica de São Paulo.