Embora no atual momento, a geopolítica mundial tenda a um nacionalismo extremo, creio que é importante para nós do saneamento conhecer o que ocorre no resto do mundo nos serviços de água e esgoto.
Para fazer esta análise comparativa dividimos o Brasil em 5 regiões (BR NORTE / BR NORDESTE / BR CENTRO OESTE / BR SUDESTE / BR SUL) e com isto podemos avaliar nossos serviços de água e esgoto em relação aos continentes: europeu, asiático (ressalva para Japão e Coréia do Sul) e africano.
A partir de semelhanças geográficas, socioambientais e regulatórias definimos 3 grupos para a comparação:
Grupo 1 – BR NORTE x BR NORDESTE x ÁFRICA
Grupo 2 – BR CENTRO OESTE x ÁSIA (ressalva Japão e Coréia do Sul)
Grupo 3 – BR SUDESTE x BR SUL x EUROPA
Para cada um dos 3 grupos, avaliamos:
COBERTURA DOS SERVIÇOS, GESTÃO E DESAFIOS
. Cobertura e Gestão
GRUPOS | COBERTURA ÁGUA | COBERTURA ESGOTO | GESTÃO |
G1 | BAIXA | BAIXA | SOFRÍVEL |
G2 | MÉDIO ALTO | MÉDIO | REGULAR |
G3 | ALTO | ALTO | BOA |
. Desafios
DESAFIOS | GRUPOS |
POPULAÇÃO RURAL / PEQUENAS CIDADES | G1 E G2 |
POPULAÇÃO VULNERÁVEL | G2 |
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS | G1, G2 E G3 |
ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS | G1, G2 E G3 |
CRESCIMENTO POPULACIONAL DESORDENADO | G2 |
INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA | G3 |
Estas avaliações aqui apresentadas, foram baseadas nas visitas feitas por mim, a 26 países, no período de 2010 – 2018 na qualidade de Governador do World Water Council, representando o Brasil.
Como conclusão destas minhas “viagens”, elencamos a seguir 6 temas que o setor do saneamento precisa enfrentar de uma forma global se quiser atender os 46% da população mundial (ONU – 2023) que vivem de forma indigna pelo mundo.
. FORMAÇÃO, CAPACITAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA
. SOLUÇÕES INOVADORAS PARA REGIÕES DE BAIXA DENSIDADE POPULACIONAL
. INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA NA BUSCA DE EFICIÊNCIA OPERACIONAL
. PLANOS DE SEGURANÇA HÍDRICA
. AMBIENTE JURÍDICO, INSTITUCIONAL ESTÁVEL PARA ATRAIR MODELOS DE PPP
Presidente do HYDRUS.
Presidiu nos últimos 25 anos empresas nacionais e internacionais de saneamento e foi membro do Comitê Executivo da Aquafed – The International Federation of Private Water, até 2018. De 2011 a 2017 foi Governador do Conselho Mundial da Água. É engenheiro civil formado pela Escola Politécnica de São Paulo.